Na 4ª edição do Egaese (Encontro de Gestão de Ativos para Empresas do Setor Elétrico), promovido pelo Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre), em novembro, em conjunto com a AES Eletropaulo, AES Tietê, Cemig, Eletrobras Furnas e ISA Cteep, foram discutidos os pontos de vista com relação à abertura do mercado livre (CP33) no horizonte do setor elétrico e a importância na base de remuneração regulatória (BRR) na revisão tarifária, que aumentaram, ainda mais, a relevância da gestão de ativos no setor elétrico.
De acordo com os líderes das concessionárias, o que vem sendo determinante para aprimorar as boas práticas de controle e monitoramento de ativos no processo de decisão para o investimento das companhias é exatamente a preocupação de como garantir que cada real investido pela concessionária seja reconhecido e remunerado pela Aneel (agencia Nacional de Energia Elétrica).
A AES Eletropaulo, que investe anualmente R$ 1 bi em gestão de ativos e conduz cerca de 1200 projetos/mês, vem desde o ano de 2011 diminuindo seus índices de “glosa” (em referência aos investimentos não reconhecidos e remunerados pela Aneel). Na empresa, a gestão de ativos deixou de integrar o departamento de engenharia para fazer parte da área de regulação.
A fim de acelerar a tomada de decisão na gestão de seus ativos críticos, a AES Tietê, geradora do Grupo AES Brasil, criou um sistema de monitoramento em tempo real, onde o técnico usa o tablet em campo, relatando as anomalias, enviando fotos, verificando o histórico das variáveis de processo do equipamento (temperatura, vibração, pressão), entre outras tarefas. Desta forma, é possível ter uma visão mais completa da situação das máquinas de todas a plantas através da análise quinzenal de aproximadamente dois mil pontos , gerando assim confiança e tranquilidade para a operação remota das instalações.
A Taesa, atuante no mercado de transmissão de energia elétrica, tendo a Cemig como detentora de 43% de seu capital, também utiliza a tecnologia na gestão de ativos. Desta forma houve uma otimização na autonomia da equipe de manutenção, reduzindo o tempo de análise de 45 dias para apenas 1 dia.
Na ISA Cteep, o plano de modernização da transmissão já está em desenvolvimento e abrange parte dos ativos como proteções, disjuntores, transformadores de corrente e seccionadores, estes já possuíam diagnóstico prévio de sinistro, alta taxa de falhas ou indicação de substituição por obsolescência.
Já em Furnas, a gestão de ativos considera as análises preditivas e preventivas como critério técnico para substituição de equipamentos em fim de vida útil, isto é, quando há necessidade de troca, os itens com maior depreciação passam a ter prioridade.
Na AES Eletropaulo, foi desenvolvida uma metodologia própria para a tomada de decisão, onde foi levado em conta a performance financeira dos ativos físicos, avaliando a condição técnica e o retorno financeiro para a empresa, destacando a importância de garantir o cumprimento do ciclo de vida desses ativos. Segundo Carlos Eduardo Albarici, coordenador de gestão de ativos da AES Eletropaulo “é mais interessante comprar um transformador novo e investir em média R$ 60 mil a fazer manutenção a cada cinco anos e desembolsar em média R$ 25 mil”.
Prêmio Engenheiro Amauri Reigado
O ano de 2018 vem com uma novidade, o Prêmio Engenheiro Amauri Reigado, premio este que leva o nome do engenheiro da Cemig (MG), como forma de homenagem póstuma, um dos precursores da gestão de ativos no setor elétrico no país.
As inscrições para o prêmio terão início em fevereiro de 2018 através do site www.procobre.org. O Prêmio é um reconhecimento aos melhores trabalhos de Gestão de Ativos conduzidos nas concessionárias de energia.
Sobre o Procobre
O Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre) é uma instituição sem fins lucrativos que faz parte da Internacional Copper Association (ICA), sediada em Nova York e líder mundial na promoção do cobre, metal que sempre se fez presente na evolução das civilizações. O Procobre tem como missão gerar demandas para os produtos de cobre, difundir informações sobre os atributos técnicos e científicos do material, identificar contribuições do cobre para a formação e preservação da vida, fomentar pesquisas, desenvolver processos e produtos tecnológicos e criar novos usos para o metal.
Fonte: http://www.procelinfo.com.br