Como investir em eficiência energética pode ajudar o setor público a melhorar o ROI e otimizar recursos

Uma atividade que auxilia o meio ambiente, otimiza o consumo de recursos e ainda gera muita economia na conta de luz. Parece até utópico, mas se aplicada de forma bem planejada, a eficiência energética pode, sim, alcançar esses três resultados em uma só tacada.

O que ainda precisa ser compreendido no Brasil é que essa grande ação não se restringe somente às grandes corporações e indústrias. Muito pelo contrário. O próprio setor público pode se apropriar desse recurso para promover ações que impactem o comportamento do consumidor e, mais especial ainda, garantam o Retorno Sobre Investimento (ROI). Mas como fazer isso acontecer?

Glycon Garcia, diretor executivo do Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre), explica que esse retorno pode ser dividido em duas etapas

Considere um projeto que atualiza a infraestrutura de iluminação pública com lâmpadas que possuem maior vida útil, maior luminosidade e reduzem o consumo de energia. Quanto maior for essa economia de energia proporcionada pela nova tecnologia de iluminação, menor será o tempo para que o custo de instalação se pague, antecipando o retorno sobre o investimento – exemplifica.

A segunda parte do retorno acontece de maneira “não visível”, que é quando a eficiência energética evita novos investimentos. Afinal, a maior economia de energia está na energia que se deixa de gerar.

Para apresentar uma boa gestão de energética, as cidades podem implementar programas de eficiência em seus prédios, sistemas de ar-condicionado, na iluminação pública e no saneamento básico. Esse investimento representa expressiva economia de eletricidade para o país e redução na emissão de gases poluentes

Para se ter uma ideia do tamanho do impacto, a ONU estima que, ao adotar a eficiência energética, a sociedade evita que até 1,2 bilhão de toneladas de CO2 sejam lançados na atmosfera todos os anos.

Na prática

Seguindo a tendência mundial, o setor elétrico brasileiro vive uma etapa de grandes transformações. É nesse contexto que o setor público, responsável pelo consumo de 8% da energia elétrica – o equivalente a R$2,4 bilhões na conta anual – precisa reconhecer a eficiência energética como um recurso de utilidade pública. Ou seja, quanto mais os benefícios da eficiência forem sentidos pela população, mais ela vai modificar o seu comportamento e tornar-se consciente, adquirindo equipamentos eficientes e fazendo o uso racional de energia.

Mas para que esse primeiro passo seja dado não se pode olhar apenas para o custo de implementação, mas sim para o retorno sobre o investimento (ROI). Quem investe em eficiência energética, aliás, já sabe: a diferença de preço (materiais e equipamentos mais econômicos tendem a ter preços mais elevados) é recuperada pela economia gerada em médio ou longo prazo.

No mercado há mais de cinco décadas, a WEG Equipamentos Elétricos tem em seu rol de soluções com motores elétricos, automação e sistemas de energia totalmente voltados ao conceito da eficiência energética. Conforme Leandro Ávila da Silva, chefe do Centro de Negócios de Eficiência Energética da empresa, soluções com automação permitem economias de até 70%.

Não bastasse isso, a empresa também desenvolve soluções voltadas à construção civil e trabalha com equipamentos que atendem e superam as legislações mundiais, especialmente no que toca os motores elétricos.

– Podemos dizer que o motor é um ponto central das legislações, pois as estimativas indicam que são responsáveis por 40% da energia elétrica consumida no planeta. Por isso já oferecemos há anos equipamentos acima dos padrões de mercado e que minimizam consideravelmente os custos operacionais da indústria – complementa Leandro.

Vale lembrar que portaria publicada em junho de 2017 (e válida a partir de agosto de 2019) define o nível aceitável aos motores trifásicos – considerados os vilões do consumo – como IR3 e amplia a faixa de potências que devem se enquadrar de 1 a 250 cv para 0,16 a 500 cv. Na prática, a exigência aumenta o nível mínimo de eficiência para esses equipamentos e contribui para reduzir o cenário do desperdício de energia.

Outro importante agente na busca por um setor público mais energeticamente eficiente é o Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre). Além de incentivar o uso do metal 100% reciclável em diversos cenários (energia limpa, segurança elétrica e edificação verde), a entidade vinculada à Associação Internacional do Cobre (ICA) firma parcerias que buscam mobilizar a população para a otimização de consumo.

Exemplo disso é a aliança que estabelece com a ONU há, nada menos do que duas décadas. Além de ter suas ações e projetos alinhados com os objetivos globais das Nações Unidas, a entidade também participa desde 2005 da Conferência das Partes (COP), encontro onde assume compromissos e reforça sua posição na busca pela redução dos danos ambientais.

O principal programa da ICA em parceria com a ONU é o SEforALL Energy Efficiency Accelerator, U4E, uma iniciativa que promove a transformação de mercados de países em desenvolvimento por meio da eficiência energética. O projeto, assim como a parceria ICA-ONU, acredita que tornar os mercados globais energeticamente eficientes gera uma economia significativa e a consequente redução de 10% no consumo global de eletricidade.

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