Projeto desenvolvido no Laboratório de Sustentabilidade da Escola Politécnica da USP para ser aplicada em sistemas de Tecnologia da Informação e Comunicação
Projeto desenvolvido no Laboratório de Sustentabilidade (LASSU) da Escola Politécnica (Poli) da USP resultou em uma proposta para ser aplicada em sistemas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), como Data Centers (locais onde estão alocados os centros de processamento de dados de empresas e organizações), visando a economia de energia.
“Nós desenvolvemos um método de orquestração de funcionalidades de eficiência energética que permite a elas trabalharem em conjunto”, destaca a autora do projeto, a cientista da computação Ana Carolina Riekstin.
A pesquisadora explica que, atualmente existem diversas funcionalidades (as chamadas capabilities) que visam a economia de energia em Sistemas de TIC. Podem ser softwares ou protocolos de rede, aplicados em várias camadas da rede, e que consistem, por exemplo, em colocar alguns equipamentos “para dormir” quando não estão sendo utilizados. Entre eles há o Synchronized Coalescing (SC) e o SustMMS. Outro exemplo é a funcionalidade ALR, que reduz a velocidade do link, levando à redução do consumo de energia elétrica. Entretanto, essas funcionalidades somente podem ser utilizadas isoladamente e não trabalham de forma combinada.
A pesquisa está servindo de base para um projeto envolvendo o LASSU e a Ericsson Research. “Fizemos os testes em uma rede de pequena proporção, mas é possível sim levar o sistema para redes maiores”, informa Ana Carolina.
O trabalho faz parte da tese de doutorado de Ana Carolina, Orquestração de Funcionalidades de Eficiência Energética para Gerenciamento Sustentável de Redes, realizado sob a orientação da professora Tereza Cristina Carvalho, coordenadora do LASSU, e defendida no último dia 7 de julho. O trabalho contou com a co-orientação de Catalin Meirosu, pesquisador da Ericsson Research.
Ana Carolina explica que a motivação para pesquisar o tema veio do fato de os grandes Sistemas de TIC, como operadoras de redes e Data Centers, consumirem uma grande quantidade de energia elétrica, levando a altos custos operacionais, além da emissão de carbono, o que contribui com o efeito estufa.
Trabalho conjunto
“O método que desenvolvemos permite a orquestração das funcionalidades de modo que elas trabalhem em conjunto de forma combinada, além de indicar a melhor funcionalidade a ser utilizada para cada situação”, explica. “Já a perda de performance pode ocorrer, mas é de forma controlada”, completa. No método desenvolvido pela pesquisadora, ela também propõe uma árvore de decisão, que é parte do processo de orquestração de funcionalidades.
Ana Carolina pesquisou a literatura sobre o tema e, a partir daí, desenvolveu um método e o implementou em um protótipo. Nos laboratórios do LASSU, o grupo de projeto em que ela trabalha emulou uma rede real utilizando Mininet, ou seja, montou uma rede diretamente, como se fosse, de fato, utilizá-la. “Constatamos que a orquestração conseguiu resolver o problema de encontrar a melhor combinação de funcionalidades para um determinado cenário. Com isso, obtivemos economias adicionais de energia devido a essa combinação, além de garantir uma operação sem conflitos”, conclui.
Por Valéria Dias | Agência USP