As altas temperaturas em janeiro provocaram um crescimento no uso de sistemas de refrigeração, como sistemas de ar-condicionado e ventiladores, e também no consumo de energia no país. Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o aumento da demanda de carga no mês passado foi recorde, com um crescimento de 6,5% frente a igual período do ano passado, no Brasil.
O engenheiro de eficiência energética Thiago Douglas Batista, da Cemig, ressalta que é importante que os consumidores mantenham os cuidados no uso do ar-condicionado, principalmente durante o verão. “A Cemig divulga o ano inteiro as medidas mais importantes para não aumentar a conta de luz e, nesta época do ano, os grandes vilões são os aparelhos de refrigeração”, afirma.
A primeira medida é adquirir os aparelhos que possuem o Selo Procel e a etiqueta do Inmetro com a letra “A” – considerados mais eficientes. “Muitas vezes, pensamos em adquirir aquele mais barato. Contudo, o aparelho de ar-condicionado tem uma expectativa de vida útil longa. Dessa forma, podemos economizar no momento da compra, mas pagar um preço mais alto na conta de energia por dez ou quinze anos”, afirma o engenheiro.
Outra dica importante apontada pelo especialista da Cemig é com relação aos ambientes. Enquanto com os ventiladores, o cômodo deve ficar com as janelas abertas, com o ar-condicionado, o local e as cortinas ou persianas devem ficar fechadas. “Em locais abertos, o aparelho de ar-condicionado vai usar a sua máxima potência para tentar igualar a temperatura dos ambientes. Assim, ele vai consumir mais energia. Além disso, as cortinas e persianas devem estar fechadas porque a entrada de luz faz com que o local fique mais quente. Esses simples procedimentos podem resultar em economia significativa na conta de energia”, destaca o engenheiro.
Retirada de aparelhos menos eficientes do mercado
Em função do aumento da utilização do aparelho de ar-condicionado pelos brasileiros, o Ministério de Minas e Energia (MME) publicou portaria para retirar, de forma escalonada, os equipamentos com faixas C e D (da etiqueta do Inmetro) do mercado nacional. Essa legislação prevê que, até 30 de junho de 2019, os fabricantes e importadores parem de fabricar/importar os equipamentos menos eficientes.
Até o final do ano, os fabricantes não poderão mais fabricar os equipamentos com faixas C e D. Por fim, depois do dia 30 de junho de 2020, os comerciantes não poderão mais vender esse tipo de aparelho.
O especialista da Cemig chama a atenção dos consumidores que, “em função dessa legislação, os comerciantes devem fazer diversas promoções para que esses aparelhos não fiquem encalhados nas lojas. Então, os clientes precisam ficar atentos para não comprarem equipamentos menos eficientes e que estejam com preço vantajoso, mas que fará com que eles paguem mais na conta de energia durante todo o período de vida útil desses aparelhos”, alerta.
Sobrecarga de energia
Neste período do ano, quando as temperaturas são mais altas, é comum a instalação de equipamentos para refrigeração do ar. A falta de estrutura nas instalações elétricas internas pode representar risco de interrupções de energia ou mesmo incêndio. O número de incêndios no Brasil causados por sobrecargas elétricas saltou de 200, em 2013, para 451, em 2017, um aumento de 125%, de acordo com dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).
Nas últimas décadas, houve um aumento muito grande no número de equipamentos ligados, e muitas vezes, em construções mais antigas, as estruturas elétricas podem não estar preparadas para suportar essa nova demanda. Queima de fusíveis e desarme de disjuntores são sinais de que há algum problema nas instalações elétricas.
De acordo com o engenheiro de segurança do trabalho Demetrio Aguiar, da Cemig, é sempre importante contratar profissionais qualificados para executar qualquer serviço elétrico.“Sem o conhecimento técnico, é comum que, em casos de sobrecarga, se troque apenas o disjuntor ou a chave fusível, e a fiação continue recebendo energia além do previsto, uma situação de altíssimo risco para incêndio.” Demetrio Aguiar alerta ainda que só um profissional especializado é capaz de elaborar um projeto elétrico com o dimensionamento correto para que não haja esse tipo de problema.
A sobrecarga também pode ocorrer devido ao uso inadequado das instalações elétricas, por exemplo, a utilização de “Ts”, benjamins ou extensões que podem triplicar a corrente de energia em uma única tomada da instalação. As “gambiarras” e os “jeitinhos” nas instalações elétricas são totalmente desaconselháveis e perigosos.
O engenheiro da Cemig lembra ainda que o ideal é que toda a casa tenha um projeto elétrico, o que facilita a manutenção e até a avaliação para o acréscimo de novas cargas. Dependendo do aparelho que o consumidor for adquirir, é preciso informar à Cemig e solicitar uma alteração de carga.
Fonte: Procel Info | Abracopel | Cemig