Conheça os Resultados do Maior Levantamento sobre Motores Recondicionados já feito no Brasil.

Maior levantamento sobre as condições dos motores recondicionados no Brasil é realizado pela PUC-RJ e ICA/Procobre através do Estudo Sobre Perdas de Energia em Motores Recondicionados.

Presença garantida na indústria, os motores elétricos são responsáveis por 25% de toda a energia consumida no país. Estes equipamentos são fabricados para uso em vários processos industriais, ventiladores, bombas hidráulicas, compressores de ar, elevadores, dentre outros tantos. Contudo, sua comercialização só pode ocorrer se os mesmos cumprirem os índices mínimos de eficiência definidos pela Portaria INMETRO/MDIC, N488 de 08/12/2010, garantindo o seu perfeito funcionamento e o gasto energético adequado.

A questão da baixíssima qualidade dos motores recondicionados vem se agravando e, o Procobre em parceria com a PUC-RJ, realizou uma nova pesquisa que focou em dois mercados distintos: motores que retornam ao mercado e são comercializados e o mercado de serviços de reparo de motores. Esta pesquisa representa o maior levantamento feito no Brasil sobre motores recondicionados.

Que tal conhecer o RESUMO EXECUTIVO desta pesquisa!

recondiconamento

A Perda de Energia dos Motores Recondicionados

Segundo George Soares, coordenador do Grupo de Trabalho de Motores Recondicionados criado pelo Ministério de Minas e Energia em 2017 e responsável pelo CEPEL – Centro de Pesquisa de Energia Eletrica, o Brasil tem uma política bem sucedida de promover o aumento de rendimento de motores industriais novos e no segundo semestre deste ano, os níveis de rendimentos mínimos serão da Categoria Premium, tornando o Brasil dentre das melhores práticas internacionais. No entanto, a área de reparo de motores elétricos industriais com relação ao impacto no aumento do consumo de energia continuava desconhecida.

A primeira luz sobre este assunto apareceu na pesquisa contratada pelo PROCOBRE/ICA e realizada pela PUC-RJ em 2013 que indicou uma perda estimada de cerca de 7 TWh por ano devido a práticas inapropriadas. Esta pesquisa motivou a criação do GT-Motores Recondicionados, no âmbito do Comitê Gestor de índices de Eficiência Energética, presidido pelo MME. Das discussões sobre as iniciativas que deveriam ser tomadas, uma delas foi a necessidade de conhecer melhor o universo de empresas de reparo para que as ações fossem mais eficazes. Desta forma, esta pesquisa mercadológica sobre motores recondicionados contratada pelo ICA/PROCOBRE, não só atualiza a de 2013, mas a aprofunda e abrange mais aspectos, e se constitui hoje em um dos principais fundamentos técnicos para as políticas públicas de eficiência energética nesta área. A relevância dela se notabiliza pelo consumo de motores elétricos na matriz elétrica brasileira de cerca de 25 % do consumo nacional e o fato de que segundo esta pesquisa a quantidade de motores recondicionados vendidos é cerca de 80% da quantidade de motores novos nacionais vendidos anualmente. As informações sobre treinamento e formação dos empregados, tamanho e quantidade de empresas, técnicas utilizadas nos serviços e o impacto das perdas na matriz energética são preciosas na orientação das mencionadas políticas.” complementa George Soares, do CEPEL.

A grande quantidade de motores elétricos existentes e as condições inapropriadas de operação e manutenção, fazem surgir unidades danificadas, apresentando baixo rendimento ou falhas. (Estima-se que a cada recondicionamento de um mesmo motor, ocorra a queda de 2% do seu rendimento atual).

Outro elemento que se soma ao problema é a falta de conhecimento dos consumidores que se preocupam somente com a diferença de custo entre “comprar um motor novo” e “mandar recondicionar ou comprar um motor recondicionado”, esquecendo de avaliar o gasto energético. Além dos que compram motores de segunda mão, recondicionados ou aderindo a troca por motores importados. À primeira vista, com um preço mais barato, o consumidor parece estar fazendo um bom negócio ao adquirir motores recondicionados ou mandar estas empresas fazer o serviço de reparação, mas, na verdade, grande parte destes motores, já obsoletos devido a sua idade, possuem eficiência comprometida, uma vida útil curtíssima e o mais grave: um gasto energético excessivo.

Segundo Rodrigo Flora Calili, professor do Programa de Pós-graduação em Metrologia da PUC-Rio, há um número muito grande de motores recondicionados sendo vendidos e empresas recondicionadoras que prestam serviços de baixa qualidade. Assim, a PUC-RJ, com o apoio do GT de Motores Recondicionados do MME, e suporte do ICA/Procobre, fez uma pesquisa em 5 estados brasileiros objetivando mensurar o mercado de motores recondicionados e estimar perda de energia que o país está perdendo quando os motores não atendem os procedimentos corretos. Através desta pesquisa estimou-se que a perda de energia em 2016 é cerca de 8,43TWh, equivalente a um percentual de 1,62 da energia total consumida no Brasil em 2016. Verificou-se uma falta de empresas que promovem treinamentos para que este serviço seja feito da forma mais adequada.

“A importância deste pesquisa é imensa para fins de planejamento e definição de políticas públicas, no setor, pois com os dados gerados pela pesquisa, o governo brasileiro poderá adotar políticas mais adequadas para que haja a melhoria dos serviço oferecido pelas empresas recondicionadoras e implementar políticas para coibir e sanar as irregularidades que foram identificadas ao longo da pesquisa.” complementa Rodrigo Calili, da PUC-RJ

Outro dado que merece destaque nesta pesquisa é que cerca de 85% das empresas recondicionadoras são de pequeno porte, sendo que a grande maioria (quase 60%) oferece serviços de baixa qualidade, com falta de qualificação e treinamento profissional e estrutura de serviço precária.

Leia abaixo o Resumo Executivo desta pesquisa:

PESQUISA MOTORES RECONDICIONADOS – RESUMO EXECUTIVO