Começou em Katowice, na Polônia, a segunda semana de debates na conferência climática das Nações Unidas, a COP24. Delegações de todo o mundo estão debatendo a fim de ajudar os governos a finalizarem e implementarem o Acordo de Mudança Climáticas de Paris. O papel da tecnologia na redução de carbono é um dos principais focos das negociações, mas em que influencia a eletromobilidade na meta de zerar as emissões globais de gases?
A mudança climática é a maior ameaça ao nosso planeta e, se não agirmos logo, a civilização entrará em colapso e será extinta. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), os governos devem reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 45% até 2030 para manter o aumento da temperatura global a 1.5C acima dos níveis pré-industriais.
A eletromobilidade surgiu com o intuito de reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera, e tornar o planeta mais sustentável.
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Afinal, o que é eletromobilidade?
Eletromobilidade é um termo geral para o desenvolvimento de transmissões elétricas projetadas para desviar a produção de veículos do uso de combustível fóssil em motores tradicionais de combustão interna. Isso inclui desde veículos híbridos elétricos e a gasolina, até veículos elétricos totalmente movidos a bateria.
A eletromobilidade apresenta inúmeras vantagens em relação aos motores de combustão tradicionais reduzindo, visivelmente, as emissões de gases de efeito estufa. Atualmente o transporte representa 14% das emissões globais de gás, onde, cerca de, dois terços são rodoviários.
Além do aquecimento do planeta, a fumaça emitida por escapamentos está se tornando um grande problema de saúde pública, sendo responsável por 4,2 milhões de mortes por ano.
As metas do governo para a implantação da eletromobilidade são desenvolvimentos relativamente novos.
A Noruega está na liderança com a meta de ter todos os carros novos com emissão zero até o ano de 2025, utilizando, para isso, incentivos ficais para a aquisição de novos veículos. A Alemanha, Irlanda e os Países Baixos fixaram, como meta, o ano de 2030 para a proibição da venda de novos veículos movidos a combustão interna. Já, o governo britânico afirma que todos os carros novos serão “efetivamente zero emissão” até 2040. Porém, estão propondo levar esta proibição para o ano de 2032.
Antes da COP24, apenas16 países haviam se mobilizado para eliminar o transporte da combustão interna. Porém, houve um progresso e agora mais de 40 países assinaram uma declaração chamada “Driving Change Together – Katowice Partnership for Electromobility”– uma das dimensões concretas da implementação do Acordo de Paris e cumprimento dos objetivos da Ação Global Climática.
Então, o que está atrasando a eletromobilidade?
Um estudo publicado este ano identificou três áreas que estão contribuindo para o atraso da implantação da eletromobilidade. São elas:
- Acessibilidade
- Disponibilidade de infraestrutura
- Falta de investimento
A quota de mercado de veículos elétricos ainda é pequena, crescendo apenas na União Europeia (0,9% entre 2014 e 2017), com 85% de todas as vendas de carros elétricos da UE concentradas em seis países da Europa Ocidental.
A fim de enfrentar a falta de capacidade financeira dos veículos elétricos, a Noruega introduziu um conjunto de impostos que tornam a compra de veículos elétricos uma opção financeira sensata. Nos EUA, créditos fiscais estão sendo utilizados para novas aquisições de veículos elétricos, porém, esses créditos estarão disponíveis somente até que 200.000 veículos tenham sido vendidos por cada fabricante.
A falta de veículos e a distribuição desigual de pontos de carregamento também estão impedindo os consumidores de comprar veículos elétricos.
A visão para o futuro.
A eletromobilidade tem muito espaço para uma descarbonização generalizada e uma mudança na forma como as áreas urbanas funcionam, mas ainda está muito crua – particularmente em nações que, ainda, se encontram em desenvolvimento.
Os governos devem trabalhar juntos para encorajar uma ação ousada e decisiva da sociedade e dos negócios. A tecnologia é vista por alguns como uma solução para os problemas climáticos, e embora existam soluções tecnológicas que respeitem o clima, mudanças reais em escala global só acontecerão através de ações urgentes em todas as três áreas principais identificadas pela Presidência Polonesa na COP24 – tecnologia, humanos e natureza.
Artigo extraído, adaptado e traduzido de https://www.thersa.org/discover/publications-and-articles/rsa-blogs/2018/12/electromobility.-the-future-but-when