Mais de 9,8 milhões de pessoas em todo o mundo trabalhavam, em 2016, no sector das energias renováveis, segundo um novo relatório da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA, na sigla em inglês). A este ritmo, é possível que, em 2030, o número de postos de trabalho no sector a nível mundial chegue aos 24 milhões, prevê a entidade.
Estes 9,8 milhões representam um crescimento de 1,1% face aos dados de 2015. Sem contabilizar as grandes hídricas – que representam 1,52 milhões de postos de trabalho –, o crescimento anual é ainda mais significativo, 2,8 %. Segundo a IRENA, a evolução positiva que se tem registado nos últimos anos resulta não só da descida progressiva dos custos, mas também da entrada em vigor de políticas mais favoráveis ao sector.
“Desde a primeira análise anual feita pela IRENA em 2012, quando apenas sete milhões de pessoas trabalhavam no sector, os custos decrescentes e as políticas facilitadoras estão a impulsionar de forma estável o investimento e o emprego nas energias renováveis em todo o mundo”, afirmou Adnan Z. Amin, director-geral da associação internacional. “Nos últimos quatro anos, por exemplo, o número combinado de empregos nos sectores solar e eólico mais do que duplicou”.
“As renováveis estão a apoiar directamente objectivos socio-económicos mais abrangentes, com a criação de emprego a ser cada vez mais reconhecida como um componente central da transição energética global. À medida que as escalam continuam a favorecer as renováveis, esperamos que o número de pessoas a trabalham neste sector possa chegar aos 24 milhões em 2030, compensando as perdas de postos de trabalho nos combustíveis fósseis e tornando-se a maior força económica no mundo”, acrescentou o responsável.
Segundo o relatório e em termos geográficos, os números comprovam o crescente interesse dos países asiáticos, com o continente a concentrar a maior fatia destes empregos, com 62 % do total mundial (50 % em 2013). Em contrapartida, entre 2013 e 2016, a quota europeia caiu dos 19 para os 14 %. No ranking de países e em sentido decrescente, China, Brasil, Estados Unidos da América, Índia, Japão e Alemanha são os que contam mais empregos nesta área.
O solar fotovoltaico é, de longe, o segmento mais que gera mais postos de trabalho. No total, o relatório da IRENA conta mais de três milhões de pessoas empregadas, representando um aumento de 12 % face ao número de 2015. No pódio, estão ainda os biocombustíveis líquidos (1,7 milhões) e a grande hídrica, com 1,5 milhões. No lado contrário da tabela, estão a concentração solar fotovoltaica (23 mil), a geotermia (182 mil) e a pequena hídrica (211 mil). Por sua vez, o aquecimento e arrefecimento solar e a biomassa ainda não ultrapassaram a fasquia de um milhão, empregando 828 mil e 723 mil pessoas, respectivamente.
O relatório da IRENA pode ser consultado na íntegra aqui.
Fonte:http://edificioseenergia.pt