Por ser um mega evento, a realização da Olimpíada não se restringe apenas à disputa de uma competição esportiva. Por sua grandiosidade, existem vários impactos ambientais que precisam ser mitigados. A competição, que começa no próximo dia 5, vai produzir mais de dois milhões de toneladas de gases de efeito estufa. Essa grande emissão se deve, em grande parte, aos deslocamento e construção de equipamentos esportivos e de mobilidade. Por estar localizado na América do Sul, grande parte dos atletas, dirigentes, jornalistas e turistas virá de regiões distantes do planeta o que vai aumentar as emissões de CO2.
Para reduzir essas emissões, a Gerente Geral de Sustentabilidade, Acessibilidade e Legado do Comitê Rio 2016, Tânia Braga, afirmou que tecnologias de baixo carbono e o bom planejamento foram ferramentas utilizadas para que os jogos sejam realizados de maneira limpa. Ela citou que o impacto ambiental de um grande evento esportivo é um desafio constante para os organizadores e que o Rio 2016 aprendeu bastante com as ações implementadas em outros Jogos Olímpicos e grandes eventos realizados na cidade, como a Rio + 20, Copa do Mundo e Rock in Rio.
Rio 2016 vai produzir duas toneladas de CO2. Ações estratégicas pretendem compensar essas emissões
Mudança de paradigma
Um dos pontos de atuação do Comitê Rio 2016, foi na mudança de mentalidade de todos os envolvidos com a produção e operação dos Jogos. Desde fornecedores, funcionários e os próprios organizadores tiveram que rever vários hábitos para que a competição pudesse ser mais sustentável. “Tivemos que operar de maneira mais racional em vários segmentos. É a lógica do mais com menos”, explicou Tânia. Ela citou como exemplo a utilização de estruturas temporárias. Em alguns locais, o projeto inicial foi revisto e foi possível reduzir em até 30% no número de instalações desse tipo, já que várias delas puderam ser compartilhadas com outros setores, reduzindo custos para a organização e o impacto ambiental do evento. “Menos energia, menos material, menos emissão”, completa.
A dirigente também citou que durante a organização foi priorizado o uso do aluguel, em vez da compra de equipamentos. Também ações de eficiência energética, uso de combustíveis limpos, como o etanol, madeira certificada e ações de engajamento como o Passaporte Verde, iniciativa que apoia o turismo sustentável, e o incentivo à alimentação vegetariana, também contribuíram para a realização de jogos mais limpos. A gerente ressaltou que essas ações estratégicas do Comitê reduziram em cerca de 500 mil toneladas a projeção de emissão de CO2 dos Jogos do Rio. “Os Jogos do Rio vão deixar como legado que o investimento em técnicas de baixo carbono, são economicamente viáveis”, disse a gerente de Sustentabilidade.
Também presente no evento, o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, afirmou que o Brasil tem o compromisso constante de apoiar e desenvolver alternativas para evitar o aquecimento global. Para ele, os Jogos do Rio serão uma grande vitrine para que a preocupação ambiental seja, por meio do esporte, disseminada para vários pontos do planeta.
“Desejo sinceramente que a Olimpíada nos dê o impulso renovador de que necessitamos para avançar. Temos consciência dos nossos limites naturais, e não precisamos e, nem queremos, superá-los pela via equivocada de um desenvolvimento desconectado da natureza”, ressaltou.
Fonte: Procel Info